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segunda-feira, 8 de junho de 2009

O Fruto do Espírito Santo e o Caráter Cristão III

III – A SINGULARIDADE DO CARATER CRISTÃO

1) A pessoa é identificada pelo seu fruto – O Caráter é o traço distintivo de uma pessoa; é a sua marca. Por mais que seja melhorada pelos processos educacionais e éticos, ele será a marca distintiva da natureza do homem.
Do ponto de vista humano, Nicodemos era um homem de bom caráter, um homem de bem. Contudo, do ponto de vista de Jesus, como homem natural, ele não estava habilitado a produzir bons frutos. Ele continuava sendo um “espinheiro”. Para produzir “uvas”, precisava de uma mudança em sua natureza. Esta mudança só é possível através do Novo Nascimento. Depois disto, então, o homem poderá produzir “frutos bons”.
É preciso mudar a natureza do fruto, e, não apenas a sua qualidade – “... toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons” (Mt 7:17-18). O Senhor Jesus afirmou que “O que é nascido da carne é carne...” (Jo 3:6). Nesta condição só poderá produzir “... as obras da carne...” (Gl 5:19). Nele terá que ser formado “... o Fruto do Espírito...” (Gl 5:22). Assim, segundo Jesus, é pela qualidade dos frutos produzidos que se conhece a árvore: “Por seus frutos os conhecereis...” (Mt 7:6).
Pelos frutos é possível saber se o homem mudou de vida, se é, agora, um novo homem, ou se apenas mudou de religião, e continua sendo o velho homem, envolto com as obras da carne. “Porque cada árvore se conhece pelo seu fruto...”, segundo afirmou Jesus.

2) Os sinais contestados - O crente tem um comportamento, uma conduta diferente dos demais homens, porque tem uma natureza diferente, é de uma espécie diferente. Enquanto o crente é filho de Deus, o ímpio é filho do diabo (Jo.8:44 "Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira."); enquanto o crente é luz, o ímpio é trevas; enquanto o crente tem vida, o ímpio está morto. Não temos, em absoluto, que tomar a forma do mundo. A Bíblia diz que não devemos nos conformar com o mundo (Rm.12:2 "E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus."), mas buscar transformá-lo.
Não devemos nos impressionar com a aparência, mas, sim, com a reta justiça (Jo.7:24 "Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça"). Devemos analisar as pessoas pelos frutos que produzem, ou seja, devemos verificar quais são as suas atitudes, qual é o seu caráter, não simplesmente o que está aparecendo em torno delas. Não nos preocupemos com os sinais, prodígios e maravilhas que alguém venha a fazer, mas, sim, com a presença do caráter cristão na sua vida. Não nos preocupemos com a vestimenta que alguém está usando, mas com a presença do caráter cristão na sua vida. É pelos frutos que reconheceremos quem é crente e quem não o é, pois Jesus disse que aquele que não produzisse fruto seria lançado fora da videira verdadeira. O caráter cristão permite-nos vislumbrar quem tem, ou não, comunhão com o Senhor e isto é que é importante, pois a comunhão com Deus representa a libertação do pecado e a conseqüente aceitação por Deus.

IV – OS PROPÓSITOS DA FRUTIFICAÇÃO ESPIRITUAL

1) Expressar o caráter de Cristo - A partir do novo nascimento, o homem passa a ter um novo ambiente, que é o ambiente da comunhão com o Senhor, pois o próprio Senhor vem habitar no crente (Rm.8:9 "Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele." e Jo.14:23 "Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.") e isto fará com que seja modificado o seu caráter. Ao adquirimos um novo caráter, o caráter cristão, que é o que Paulo denomina de “o fruto do Espírito”, que é idêntico a todos os crentes, pois resultado da atuação do mesmo Espírito que habita em cada um deles, não devemos nos esquecer de que cada crente tem seu temperamento, que o faz diferente um do outro, mas que, necessariamente, tem de estar sob o controle do Espírito Santo. Assim, cada crente é diferente um do outro, pois tem um temperamento distinto de cada irmão em Cristo.
O segredo, portanto, de apresentarmos um caráter cristão e de controlarmos o nosso temperamento para que este caráter se forme e, portanto, que produzamos o fruto do Espírito, é o de nascermos de novo, de realmente crermos em Jesus e deixarmos que o Espírito Santo domine a nossa vida, que submetamos o nosso espírito ao Espírito Santo e, desta forma, apesar de nosso temperamento, produziremos o fruto do Espírito. Por isso, não podemos concordar com pessoas que querem servir a Deus “do jeito que são”, que “Deus respeita o meu modo de ser”, pois não é isto que dizem as Escrituras. Ele te aceita como está, mas quer ver e trabalha pela sua mudança. Embora reconheçamos a individualidade de cada um e de que ninguém é igual a ninguém, não podemos concordar com a teoria de que “ninguém é de ninguém”. Somos de Cristo e a Ele pertencemos se é que realmente cremos n’Ele como nosso Salvador. Somos sua propriedade, porque fomos comprados por Ele por bom preço (I Co.6:20 "Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.").

2) Evidenciar o discipulado – O Senhor Jesus Cristo afirmou: “Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos” (Jo 15:8). Dar “muito fruto” é uma condição imposta por Jesus para aquele que quiser ser seu discípulo. Deus não pede o que não temos para dar e que Deus não exige o que não podemos fazer. Assim, se o Senhor Jesus exigiu como condição o dar muito fruto para poder ser seu discípulo é porque ele sabia que o homem podia cumprir esta condição. É claro que o homem natural não pode ser seu discípulo, porque não pode, por sis só, cumprir suas condições. Para ser discípulo de Jesus, o homem natural precisa, primeiro, aceita-lo como seu Salvador, precisa nascer de novo, precisa tornar-se um homem espiritual. Todavia, mesmo o homem nascido de novo, não poderia, por si só, fazer a vontade de Deus e cumprir a sua Palavra. Sabendo disto, Deus Pai, por intermédio de Jesus, enviou para estar com o homem o Espírito Santo, sobre o qual o Senhor Jesus declarou: “ Mas, quando vier aquele Espírito de Verdade , ele vos guiará em toda a verdade...” (Jo 16:13). Paulo complementou dizendo: “ E da mesma maneira também o Espírito Santo ajuda as nossas fraquezas...”(Ro 8:26).
Podemos afirmar, com absoluta convicção, que, se não nos deixarmos guiar e se não formos ajudados pelo Espírito Santo, não daremos fruto, nem muito, nem pouco! Quem não dá fruto não pode dizer que é discípulo de Jesus.

3) Abençoar outras pessoas - Na medida em que praticamos boas obras, na medida em que passamos a demonstrar o caráter cristão, estaremos, também, trazendo o bem às pessoas que nos cercam. O crente é sal da terra e luz do mundo e, portanto, iluminará os ambientes que freqüenta, como também conservará a pureza ou curará os males do lugar onde está. A Bíblia diz que o crente é a nascente de um rio de água viva (Jo.7:38 "Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre") e, como nos ensina a geografia, o rio é um elemento primordial para que se constitua um núcleo humano de habitação, para que se construa uma sociedade, uma comunidade. O crente, portanto, é um elemento que traz a vida para as pessoas, que permite com que as pessoas possam ser despertadas para a realidade da necessidade da comunhão com Deus e com o próximo, mas isto tudo somente pode ocorrer se houver a produção do fruto do Espírito, sem o que este rio não nascerá, sem o que este rio não será água corrente, mas apenas uma cisterna rota, de água parada, mal cheirosa e produtora de doenças (Jr.2:13 "Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.").

4) Glorificar a Deus (Jo 15:8 "Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.") - Por fim, como diz o próprio Jesus, vemos que a presença de crentes frutíferos leva os ímpios a glorificarem a Deus (Mt.5:16 "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus."). A Igreja, aqui, em perfeita consonância com o Espírito Santo, faz com que os homens glorifiquem ao Pai que está nos céus. O trabalho do Espírito Santo é o de glorificar a Jesus (Jo.16:14 "Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar."), assim como o trabalho de Cristo na Terra foi o de glorificar o Pai (Jo.17:4 "Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer."). Nós, como corpo de Cristo, temos de prosseguir neste trabalho de glorificação do Pai e isto só será possível através das nossas boas obras.

Bibliografia:
Comentário Bíblico do Prof. Dr. Caramuru Afonso Francisco, Roberto José da Silva e Prof Antonio Sebastião da Silva;O Fruto do Espírito – Antonio Gilberto.
http://br.geocities.com/ldeplourenco/SubTeo01Trim01_2005.htm

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