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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Batalha Espiritual III

AS ARMAS DE DEFESA

Quando o cristão vale-se das armas de ataque, bíblicas, para saquear o território do inimigo, é lógico que este irá reagir; e quando isto acontecer...o que fazer?
Ao descrever a armas espirituais do crente, Paulo, em Efésios 6:13, diz o propósito: “...para que possais resistir no dia mau.” Este vocábulo, “resistir”, é um verbo: (Gr.) “anqisthmi”. Ele exprime a idéia de opor-se, defender-se, fazer face a, colocar-se contra, permanecer firme. A idéia que exprime este vocábulo é a de não retroceder diante dos ataques do inimigo, para não lhe conceder nenhuma vantagem ou vitória. Ele aparece, também, em passagens como Tg 4:7 "Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós." e I Pe 5:9 "Ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo.". A pergunta é: como resistir, opor-se, fazer face ao diabo? Em Efésios 6: 14-17 "Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça; E calçados os pés na preparação do evangelho da paz;Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;", Paulo passa a dizer que o crente deve resistir ao diabo revestindo-se da armadura de Deus.

A ARMADURA DE DEUS

Quando Paulo cita a armadura, ele tinha em mente o soldado romano preparado para a guerra. Ele usa esta figura para exemplificar a luta do crente e como, este, pode vencer. A metáfora denota o revestimento do Senhor Jesus que o crente deve ter. Todas as partes da armadura são pertencentes ao caráter de Cristo e são adquiridas pelo crente através do Espírito Santo. Alguns vestem a armadura como algo místico de eficácia instantânea, ao proferir algumas orações. No entanto, não creio que seja isso que Paulo tinha em mente. É certo que o apóstolo, quando advertia os crentes a vestirem a armadura de Deus, estava pensando no revestir-se da natureza moral de Cristo; revestir-se do próprio Cristo. Portanto, essa é a arma que Deus nos oferece para resistir no dia mau. A seguir, veremos as armas de defesa que as Escrituras nos oferecem:

1 - A Verdade

O cinto, ou cinturão, era posto em torno da cintura, usado com a finalidade de apertar a armadura em volta do corpo e sustentar a adaga e a espada. Esta verdade poderia, muito bem, significar a verdade moral, o oposto da mentira, o que seria lógico, pois satanás é o pai da mentira. No entanto, é certo que o significado desta verdade, exposta por Paulo, vai muito além do significado de verdade ética. Considera-se que esta verdade é a verdade de Deus; ou seja, a verdade cristã, o conjunto das doutrinas cristãs, que é o que sustenta tudo o mais segundo o mesmo uso da palavra denota em Ef 4: 15 "Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo."

2 - A justiça

A couraça era uma peça da armadura romana que constituía-se em duas partes: a primeira, cobria a região do tórax, e a outra parte cobria a região das costas. Esta peça, tinha a finalidade de proteger as regiões vitais do corpo. Paulo, ao usar esta peça, como metáfora, para exemplificar a justiça, tinha em mente justificação. Em Rm 8 (ver), Paulo comenta que nada poderá condenar o crente, pois é Deus quem o justifica. Isso quer dizer que:
(1) Não podemos confiar em nossa própria justiça, ou santidade, para vencer o inimigo, mas confiar na justiça que vem de Deus, através do sacrifício de Jesus; por isso, é que nada, nem anjos nem potestades, poderá nos separar do amor de Deus.
(2) Quando somos justificados, o Espírito Santo opera em nós a obra da santificação; uma obra conjunta com o crente, no qual, este, assume, de forma gradual, o caráter de Cristo, em particular, o caráter justo, Paulo aplica este termo, desta forma, em Ef 4:24 "E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade." e Ef 5:9 "(Porque o fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade)".

3 - O Evangelho da paz

A sandália romana, usada como figura pelo apóstolo Paulo, era feita de couro e possuía vários cravos, formando uma camada espessa. Esta peça tinha a finalidade de proteger os pés do soldado, onde quer que ele fosse. Para esta peça, são usadas algumas interpretações, como a que diz que Paulo está referindo-se ao evangelismo. No entanto, é preferível a interpretação de que Paulo refere-se à paz com Deus, consigo mesmo e com o próximo, que o Evangelho proporciona. Esta paz é a tranqüilidade mental e emocional, oriunda da consciência da plena aceitação da parte de Deus, que o crente tem por onde vai, e em toda e qualquer situação.

4 - A fé

O escudo, usado como ilustração pelo apóstolo, era grande o bastante para proteger o corpo inteiro do soldado. Ele era formado de duas partes de madeira, recobertas de lona e, depois, de couro. Aqui, o apóstolo Paulo, refere-se a fé salvífica, de acordo com o contexto de Ef 1:15 "Por isso, ouvindo eu também a fé que entre vós há no Senhor Jesus, e o vosso amor para com todos os santos,", Ef 2:8 "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus."; Ef 3:12 "No qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele.", que produz entrega total da alma do crente a Cristo. É a crença que Cristo, como Senhor, domina, controla e dirige todos os aspectos da vida do crente. Esta fé tem a eficácia de anular os dardos inflamados o maligno.

5 - Salvação

O capacete, usado por Paulo para exemplificar a salvação, era formado de couro grosso ou metal. Era usado para proteger o soldado de golpes de espada, proferidos em sua cabeça. A salvação do crente, recebida pela graça divina, mediante a fé, é o que o livra dos ataques aterradores do diabo. Ela é uma proteção divina para o guerreiro que é crente. Quando a pessoa é salva da morte e do pecado através de Cristo, ela está escondida em Cristo e o diabo não a toca. É interessante notar-se, que todas as demais peças da armadura eram vestidas pelo guerreiro, mas o escudo era recebido, o seu escudeiro colocava nele. Isso denota a graciosidade da salvação. A salvação é pela graça, por isso, de graça.

6 - A Palavra de Deus

Pode-se pensar que a espada é uma arma de ataque, e realmente o é; no entanto, ela, também, pode ser usada como defesa, e o contexto do texto de Efésios, nos da o subsídio necessário para pensar que aqui, ela é usada para defesa. O que Paulo queria dizer usando a espada como ilustração? Certamente ele estava falando da atuação do Espírito na vida do crente, de tal forma, que torna a Palavra de Deus uma força viva na vida diária, a torna eficaz em nós e torna vigoroso o uso que fazemos dela. Assim como a espada é morta quando não manuseada, assim é a Palavra sem o atuar do Espírito na vida de quem a lê. A Palavra de Deus respaldada pelo Espírito Santo, da vida é mais cortante do que qualquer espada de dois gumes e é apta para discernir as intenções do coração (Hb 4:12 "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração."). Alguns interpretam este texto como se dissesse para usar a declaração de versículos contra o diabo. No entanto, o diabo não corre da mera declaração de versículos, mas, sim, da eficácia que a operação das Escrituras, através do Espírito Santo, obtém na vida do crente.
CONCLUSÃO

O argumento comum para se explicar a ênfase que dão ao diabo é que o primeiro princípio de guerra, é se conhecer muito bem o inimigo. Concordo, em partes. A qualquer guerra, este princípio é fundamental; entretanto, a batalha espiritual que travamos já foi ganha na cruz do calvário. É claro que não devemos ignorar os ardis do inimigo, mas devemos nos aplicar a conhecer ao Senhor, e não ao diabo, pois, quanto mais conhecemos àquele que servimos, percebemos que o diabo não passa de criatura, diante do Criador. O povo de Deus tem perecido, não por falta de conhecimento de quem é o inimigo, mas por falta de conhecimento de quem é o Criador. Por isso, como nunca, precisamos de uma volta às doutrinas básicas da fé cristão e; para isso, precisamos orar para que Deus levante verdadeiros mestres que tenham compromisso com a verdade das Escrituras e não com o resultado das igrejas cheias.

Bibliografia:
www.batalhaespiritual.com.br

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