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segunda-feira, 8 de junho de 2009

O Fruto do Espírito Santo e o Caráter Cristão II

II – A VIDA CONTROLADA PELO ESPÍRITO

1) Vida Frutífera – Quando o crente não se submete em tudo ao controle do Espírito Santo, ele não consegue resistir e neutralizar os desejos da natureza pecaminosa. Mas quando o Espírito tem esse controle, o crente torna-se igual um solo fértil para o Espírito produzir o seu bendito fruto. Somente pelo poder do Espírito o crente consegue sempre vencer os desejos, a cobiça e as inclinações da carne e viver uma vida frutífera. Um aspecto importante que observamos na botânica é que o fruto é o fim, o término de todo um processo fisiológico, é o resultado de todo um ciclo vital. Desde o momento que a semente germina e passa a formar um novo ser (morrendo, como nos fala Jesus), há somente um objetivo, uma finalidade: a formação do fruto. O fruto, como se vê, portanto, é o fim, o propósito, o objetivo de todo o processo. Espiritualmente falando - também vemos que o fim último da vida cristã é a produção do fruto do Espírito Santo. Todo o processo de concessão da vida espiritual tem como finalidade a formação deste fruto. Jesus foi claro ao afirmar que nos escolheu para que vamos, demos fruto e o nosso fruto permaneça (Jo.15:16 "Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda).
Somos de Cristo para que demos frutos para Deus (Rm 7:4 "Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus."). Quem não dá fruto do Espírito Santo não pode ser mantido no meio do povo de Deus e, por isso, é extirpado dele (Jo 15:2 "Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto."). Jesus deixou isto bem claro tanto na parábola da vinha (Lc 13:6-9 "E dizia esta parábola: Um certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi procurar nela fruto, não o achando;E disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho. Corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente?E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque;E, se der fruto, ficará e, se não, depois a mandarás cortar."), quanto no episódio da figueira infrutífera, que secou mediante a maldição do Senhor (Mt 21:18-22 "E, de manhã, voltando para a cidade, teve fome;E, avistando uma figueira perto do caminho, dirigiu-se a ela, e não achou nela senão folhas. E disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti! E a figueira secou imediatamente" e Mc 11:12-14 "E, no dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome.E, vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos.E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram isto"). Aliás, é esta a única oportunidade do ministério de Jesus Cristo em que O vemos lançando uma maldição, a demonstrar o quanto desagrada ao Senhor a existência de vidas infrutíferas no meio do seu povo. Para agradar a Deus em tudo é indispensável que frutifiquemos em toda a boa obra (Cl 1:10"Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus").

a) Segredo da batalha espiritual – Para o cristão ser vencedor nesta batalha espiritual, o segredo é andar no Espírito –“Andais em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne”(Gl 5:16) – “Mas se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”(Rm 8:13). Não se trata, pois, da extinção da “carne” na vida do crente, mas da sua mortificação; de torna-la inoperante, inativa, sem ação, sem capacidade de agir, crucificada juntamente com as suas paixões, como está escrito em Gl 5:24 - "E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências." - Somente em Cristo e mediante o “andar no Espírito” o crente vive vitoriosamente quanto às obras da carne, descritas como estão em Gl 5:24, e daí viver uma vida cristã abundante e frutífera. Mas, como se dá isso na vida do crente? Ouvindo a voz do Espírito atentamente; seguindo-O inseparavelmente; Obedecendo às suas ordens; Não O entristecendo com rebeldia, mundanismo, irreverência e descaso com as coisas do Senhor; Confiando n’Ele continuamente.

b) Fruto e Obras – O apóstolo Paulo põe o paradoxo das possibilidades de vida em duas expressões: o cristão não deve produzir as obras da carne, mas, o fruto do Espírito Santo.
Ao colocar as manifestações da carne no plural, o escritor bíblico quis deixar claro que elas são múltiplas. Além disso, ele termina a frase, acrescentando um “e coisas semelhantes a estas”, o que mostra a amplitude das possibilidades no erro, diante das quais devemos estar vigilantes. A lista não poderia mesmo ser limitada porque a criatividade humana é ilimitada.
Quando o apóstolo passa a recomendar como o cristão deve viver, ele usa a expressão "fruto do Espírito" no singular. Cada árvore só dá um tipo de fruto, segundo a sua espécie. Esta ênfase paulina indica que essas virtudes não são para ser escolhidas no balcão do Espírito Santo, mas que devem compor a bagagem de todo cristão. A árvore de quem vive no Espírito Santo deve dar este fruto: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. É um fruto só. Observe que Paulo não coloca um “e” na última parte do fruto, o que vem a reforçar a unidade deste fruto. Ver Gl 5.19-23

FRUTO DO ESPÍRITO
Os dons representam a capacidade ou poder no crente, e o fruto é a representação do caráter: os dois se completam. O fruto do Espírito Santo é um só, mas se manifesta em cada vida, de nove formas diferentes. Imagine uma laranja com nove gomos- o Fruto do Espírito Santo é um só (uma laranja), como nove qualidades (gomos).
Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver integro e honesto que a Bíblia chama “O Fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele (o crente) subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (ver Rm 8:5-14).

1) “Caridade”(gr. Ágape) – significa o interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada quer em troca (ver 1Co 13).

2) “Gozo” – significa a sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas bênçãos, nas promessas e na presença de Deus, bênçãos estas que pertencem àqueles que crêem em Cristo(2Co 12:9 "E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.").

3) “Paz” – significa a quietude de coração e mente, baseada na convicção de que tudo vai bem entre o crente e seu Pai celestial (1Ts 5:23 "E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo").

4) “Longanimidade” – significa perseverança, paciência, ser tardio para irar-se ou para o desespero (Ef 4:2 "Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,").

5) “Benignidade” – significa não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4:32 "Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.").
6) “Bondade” - significa zelo pela verdade e pela retidão, e repulsa ao mal; pode ser expressa em atos de bondade(veja a história da mulher pecadora – Lc 7:37-50) ou na presença e na correção do mal (Mt 21:12,13 – quando Jesus expulsou os vendedores do Templo).

7) “Fé” – significa lealdade constante e inabalável a alguém com quem estamos unidos por promessa, compromisso, fidelidade e honestidade (Tt 2:10 "Não defraudando, antes mostrando toda a boa lealdade, para que em tudo sejam ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador."; veja 1Tm 6:12; 2Tm 2:2).

8) “Mansidão” – significa moderação, associada à força e à coragem; descreve alguém que pode irar-se com equidade quando for necessário, e também humildemente submeter-se quando for preciso (1Pe 3:15 "Antes, santificai ao SENHOR Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós,"; veja para a mansidão de Jesus, confira Mt 11:29 com 23 e Mc 3:5; para a de Paulo, confira 2Co 10:1 com 10:4-6; Gl 1:9; a de Moisés, confira Nm 12:3 com Ex 32:19,20).

9) “Temperança” – significa o controle ou domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade aos votos conjugais; também a pureza (Tt 1:8 "Mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante;"; 2:5 "A serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada.").

O ensino final de Paulo sobre o fruto do Espírito é que não há qualquer restrição quanto ao modo de viver aqui indicado. O crente pode — e realmente deve — praticar essas virtudes continuamente. Nunca haverá uma lei que lhes impeça de viver segundo os princípios aqui descritos.

c) Fruto conforme a espécie - Não é apenas na sua função que o fruto nos traz preciosas lições espirituais. Também na sua estrutura, o fruto apresenta-se como uma figura das mais eloqüentes das ilustrações bíblicas das realidades eternas. A botânica ensina-nos que o fruto possui uma cobertura, denominada pericarpo, constituída por três camadas. Esta cobertura pode ser seca e fina, o que faz com que o fruto seja seco (o que ocorre com o trigo, a noz, a avelã e a semente de girassol), como também pode ser suculenta, o que faz com que o fruto seja carnoso. São muitas as variedades de frutos carnosos: as bagas (tomate, uva), as drupas (pêssego, ameixa, azeitona) e os pomos (pêra, maçã, marmelo). Espiritualmente falando, temos que o fruto do Espírito Santo tem a mesma natureza da sua cobertura, ou seja, o fruto é de acordo com a sua espécie. O Espírito Santo somente produz fruto digno de arrependimento, fruto consonante com a sua natureza, com as qualidades evidenciadas em Gl. 5:22. Já se a cobertura do fruto não for o Espírito Santo, não adianta querer enganar os homens, pois se saberá, claramente, através da qualidade, que o fruto não é o do Espírito, mas, sim, teremos evidentes frutos pecaminosos e ruins.

2) Maturidade e equilíbrio cristãos – A Palavra de Deus fala claramente da recompensa que o crente tem ao dar liberdade ao Espírito Santo para que produza as características de Cristo no seu interior. Em 2 Pedro 1, a Bíblia nos fala da necessidade de o crente desenvolver as dimensões espirituais da sua nova vida em Cristo. Com este desenvolvimento vem a maturidade, a firmeza e a perseverança, que permitem ao crente viver vitoriosamente no tocante à velha e pecaminosa natureza adâmica – “ Porque fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 1:10,11).

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